Pasteurização, sistemas de resfriamento artificiais e escrita são algumas das contribuições da bebida para a humanidade.
Cerveja é responsável por diversos avanços sociais e tecnológicos.
Da próxima vez que você ligar o seu ar-condicionador, saiba que ele só está ali graças à cerveja. E não é só isso: alimentos pasteurizados, bomba hidráulica e o próprio advento das civilizações são algumas transformações que podem ser creditadas àquela gelada que você toma no fim de semana. A evolução da bebida e de seus processos de fabricação foi marco para diversas invenções que hoje facilitam a nossa vida. Confira algumas das contribuições mais relevantes da cerveja para o mundo.
Primeiras civilizações
O início das plantações de cevada pelos sumérios entre 9000 e 7000 a.C teve papel fundamental para o surgimento dos primeiros assentamentos da civilização. Antes nômades, eles começaram a cultivar o grão regularmente na região da Mesopotâmia, onde ele era transformado em pão e cerveja.
Escrita
Os sumérios também foram um dos primeiros povos que se tem registros históricos a desenvolverem uma forma de escrita. E um dos motivos era guardar receitas de cerveja. Eles começaram a gravar pictogramas em barro para registrar transações comerciais e a forma de produzir a bebida alcoólica fermentada que deu origem à cerveja.
Pirâmides
As pirâmides egípcias foram erguidas graças à cerveja. Os faraós pagavam os trabalhadores das obras de seus futuros mausoléus com cerca de 4 litros de cerveja por dia. A bebida não era apenas um pagamento, era também o alimento dos trabalhadores, já que na época ela era considerada um pão líquido. “Na Alemanha, ela é até hoje considerada alimento”, comenta Alfredo Ferreira, do Instituto da Cerveja Brasil (ICB).
Refrigeração artificial
Para ser produzida, a cerveja precisa de refrigeração, especialmente na fase de maturação, quando sua temperatura deve ficar em torno de 0ºC. Como no verão isso era praticamente impossível, o engenheiro alemão Carl von Linde desenvolveu um sistema de refrigeração artificial. “Se hoje a gente tem ar-condicionado, é porque lá atrás se preocuparam em refrigerar a cerveja”, comenta Alfredo.
Purificação da água
No passado, especialmente no período medieval, a cerveja funcionava como um substituto da água. Naquela época, muitas fontes aquíferas eram repletas de doenças graves como cólera e peste negra. Por isso, muitos religiosos – na época, os principais fabricantes de cerveja – recomendavam ela no lugar da água. Eles acreditavam que forças divinas havia purificado a bebida, mas na verdade era a fervura e a fermentação que haviam feito isso. “Depois que a cerveja fermenta, ela tem um pH muito baixo, que faz com que micro-organismos patogênicos não se desenvolvam”, explica Alfredo. Acredita-se que muitas civilizações se salvaram do extermínio por beberem cerveja no lugar de água poluída.
Pasteurização
A pasteurização é um processo no qual se aquece a cerveja a temperaturas entre 65º e 70º, para logo em seguida resfriá-la abruptamente. Geralmente creditada ao leite, a pasteurização começou, na verdade, graças à cerveja. O microbiólogo Louis Pasteur registrou o processo em um livro chamado Études sur la Bière (Estudos sobre a Cerveja), em 1876. Pasteur trabalhava com cervejarias e, para entender porque a bebida estragava, estudou células de levedura e descobriu as bactérias. Assim, ele provou que esses micro-organismos prejudicavam o sabor e desenvolveu a solução, a pasteurização.
Escala de pH
A necessidade da cervejaria dinamarquesa Carlsberg em controlar a acidez da sua cerveja levou a criação da escala de pH, usada até hoje em qualquer procedimento químico. O químico Soren Sorensen percebeu que quanto mais ácida era a cerveja, mais ela apresentava íons de hidrogênio. Assim, ele criou o modelo da escala de pH, para controlar esse efeito na bebida.
Bomba hidráulica
Não foi para apagar incêndios que as primeiras bombas hidráulicas surgiram. O engenheiro britânico Joseph Bramah criou em 1785 a primeira bomba hidráulica para retirar a cerveja dos barris. “Só alguns anos depois ele patenteou para uso em caminhões de incêndio”, explica Alfredo.
Fonte: G1
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