Cervejeiros da Noi , Guilherme Zolinger (E) e Gilmar Gutbrodt dizem que a qualidade depende de atenção
Foto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia
Niterói - Niterói conta hoje com pelo menos 44 produtores de cerveja de alto padrão. Eles fazem parte da Associação dos Cervejeiros Caseiros Artesanais de Niterói (Acerva Niterói) e o que começou como um hobby está começando a ganhar fôlego e se tornando negócio. Porém, enquanto alguns destes artistas já produzem em escala comercial, outros ainda mantêm a velha panela para fabricar a bebida no fogão de casa.
Segundo o vice-presidente da Acerva Niterói, Manoel Félix, cada membro da associação produz em torno de 30 litros por mês, o que dá um pouco mais de 1,3 mil litros. “Esse mercado em Niterói está crescendo e não se trata de modismo, veio para ficar”, afirma ele.
A produção de cervejas caseiras na cidade já ganhou fama e chamou a atenção do Sebrae do Leste Fluminense, que quer transformar a região em um polo produtor da bebida. “Constatamos que 35 deles têm enorme potencial e que precisam de apoio para desenvolver negócios”, diz o coordenador do Sebrae na região, Américo Diniz.
Para comercializar a cerveja artesanal é preciso ter registro no Ministério da Agricultura. Como a produção da maioria ainda é pequena, muitos não têm essa autorização. E, enquanto ela não vem, os cervejeiros fazem suas bebidas e as consomem entre amigos em eventos, um deles é os encontros da Acerva. Nesse dia, cada um leva a sua, todos bebem e a amizade continua.
A Cervejaria Noi alçou Niterói no mercado da bebida de alto padrão. Embora tenha fábrica própria e produza 70 mil litros por mês de seis tipos de cervejas, é considerada artesanal. Félix explica. “Não é a quantidade que define se uma cerveja é ou não artesanal, mas o cuidado na produção e os produtos que são usados na fabricação. A Noi, por exemplo, não tem nenhum conservante químico”, diz ele.
Desde 2013 a Noi já ganhou nove prêmios. O último foi a medalha de ouro pela Cioccolato Barile no 3º Concurso da Cerveja Brasileira. Com toques de baunilha, frutas, sementes secas e amadeirado de carvalho, a receita foi comprada do cervejeiro Cazé Napie.
Os responsáveis pela bebida da Noi são os cervejeiros Gilmar Gutbrodt e Guilherme Zolinger Zannin. “Qualquer descuido compromete a qualidade”, ensina Gutbrodt.
A receita de Jarbas Dantas Menezes foi vendida para o restaurante Aprazível, no Rio
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Outro premiado é economista e cervejeiro Jarbas Dantas Menezes, de 37 anos, morador do Barreto. É dele a cerveja mais consumida no Aprazível, em Santa Teresa, um dos restaurantes mais conhecidos do Rio. A receita foi comprada pelos donos do local após Jarbas vencer o concurso promovido pelo estabelecimento. Ela levou o nome do restaurante e agora é produzida em uma indústria, já que Jarbas não tem autorização para comercializar.
Outra caseira que está no mercado é a Dead Dog, de Sandro Gomes e Alberto Maia. Produzida numa indústria em Jacarepaguá, está na categoria dos cervejeiros ciganos, como são chamados os produtores artesanais que produzem as cervejas em indústrias. A Dead Dog é vendida num truck criado por Sandro. O reboque era um transportador de cavalos. Ali, ficam armazenados os barris da bebida que passa por 30 centímetros de serpentina super gelada. “É a maneira que encontramos de vender. porque ainda não produzimos em garrafa”, explica ele , que teve a namorada, a fisioterapeuta Cecília Marraschi, como a grande incentivadora.
Melhor função do planeta
E no momento em que Niterói desponta na fabricação da bebida de alto padrão, foi um papagoiaba que ganhou o título de melhor sommelier de cerveja do Brasil. Gil Lebre (FOTO) desbancou 149 concorrentes e foi o grande vencedor do 2º Campeonato Brasileiro de Sommeliers de Cerveja, organizado pelo Instituto da Cerveja Brasil. O troféu foi conquistado no último dia 22. O próximo passo é vencer o mundial em São Paulo.
Gil Lebre venceu o 2º Campeonato Brasileiro de Sommeliers de Cerveja
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Além da prova de múltipla escolha e oral, Lebre também passou por uma degustação, claro!, onde tinha que descrever as características de cada bebida. “A ideia era apenas ficar entre os 25 que vão representar o Brasil no mundial. Recebia a bebida num copo sem saber a origem dela. Bebi todo o conteúdo de cada um, se não ficasse em primeiro lugar, pelo menos aproveitaria para beber bem”, brinca ele.
O título tem rendido dezenas de convites para participar de eventos. “Niterói tem bons sommeliers e boas cervejas artesanais. Hoje, não precisamos mais ir para o Rio para tomar uma boa bebida. Nosso mercado está crescendo”, comemora.
Fonte: O Dia
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