Com o lema ‘beba menos, beba melhor’, entusiastas do estilo sentem prazer na degustação de bebidas diferentes
O Brasil tem o consumo de cerveja em larga escala como um de seus perfis de mercado. No entanto, o paladar do brasileiro tem dado mostras de que está mudando ou, pelo menos, está mais abrangente.
Em franca ascensão, o mundo das cervejas artesanais tem cada vez mais ocupado um mercado antes dominado pelas bebidas feitas no atacado.
Com o lema ‘beba menos, beba melhor’, entusiastas do estilo sentem prazer na degustação de bebidas diferentes, a ponto de tentar desenvolver seus próprios rótulos em casa. Foi assim que o apucaranense Everton Choma, empresário no ramo de segurança, resolveu se aventurar na área. “Sempre gostei de tomar cervejas diferentes, artesanais, e então comecei a pesquisar sobre. Minha avó fazia a própria cerveja em casa, uma receita que ela aprendeu com o avô dela. Até para não deixar essa tradição familiar morrer, há cinco anos atrás resolvi fazer cerveja”, destaca.
Depois de algum tempo fazendo para consumo próprio, os elogios recebidos pelos amigos fizeram com que ele investisse cerca de R$ 300 mil e criasse a Cervejaria Choma, a primeira cervejaria artesanal de Apucarana. As primeiras garrafas foram colocadas à venda no final do ano passado. São três rótulos disponíveis: Red Ale (cerveja encorpada de coloração avermelhada), Weiss (cerveja de trigo) e Porter (cerveja escura feita com malte torrado), além de chope Pilsen.
Os produtos estão sendo vendidos em alguns pontos da cidade, mas a ideia é expandir. “Estamos desenvolvendo outros dois novos rótulos, sendo uma IPA (cerveja com predominância de lúpulo no aroma e sabor) e uma Pilsen com receita inspirada nas tradicionais cervejas da República Tcheca (bebida clara e leve). Aliás, este é o diferencial das cervejas artesanais: o cuidado com a produção”, afirma ele.
Este cuidado vem desde a escolha das matérias-primas. Malte, lúpulo e leveduras são importadas da Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e Bélgica. “É um trabalho que demanda muito estudo, testes e correções para atingir o resultado esperado. Além do mais, o tempo de maturação é mais lento, levando até um mês para ser engarrafada. A produção é de cerca de 3 mil litros por mês”, conta.
Já estabelecida no mercado, a Cervejaria Queen’s, de Arapongas, fabrica cervejas especiais há quatro anos.
A ideia teve início após André Luís Garcia experimentar um chope artesanal. “Achei a bebida diferente, muito gostosa, e comecei a pesquisar. Vi ali uma oportunidade de negócio. Após dois anos de pesquisa, montei a cervejaria”, diz ele, que não passou pelo processo de ser ‘paneleiro’, como a maioria das microcervejarias.
Atualmente, rótulos da Queen’s podem ser encontrados em boa parte do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. São cinco tipos de cerveja: Pilsen, Lager (cerveja bem leve e clara), Pale Ale (cerveja clara e maltada, com aroma que pode ir do mais frutado ao mais seco), Weiss e Dunkel (cerveja escura), além do chope. As cervejas sazonais, feitas por tempo limitado, são tradicionais nessas cervejarias.
A Queen’s pretende lançar uma cerveja Abadia, inspirada nas tradicionais bebidas feitas em mosteiros europeus, com maturação de aproximadamente quatro meses. De acordo com André, a procura pelo produto tem aumentado mês a mês. “Acredito que isso pode fazer com que o produto, que custa quase R$ 20 por garrafa, caia a ponto de custar menos de R$ 10. No entanto, o custo não é a maior dificuldade do setor, e sim a falta dessa cultura de tomar não em quantidade, mas em qualidade. Mas, aos poucos, as pessoas vão experimentando e se acostumando com essa nova cultura”, destaca.
Fonte: Tribuna do norte
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