Ninkasi, a Deusa da Cerveja

Ninkasi é a antiga deusa sumeriana da cerveja, que transformou uma mistura de água e cevada em um líquido dourado, conhecido hoje como cerveja.

Era uma deusa muito popular que fornecia cerveja aos deuses. Ela era considerada a própria personificação da cerveja.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Feminina e poderosa


Paulo Navarro com Sabrina Santos

Como falamos ontem aqui na coluna, uma onda charmosa toma conta do universo cervejeiro. “Culpa” de mulheres como Paula Lebbos, diretora de marketing da Cervejaria Backer, fundada em 1999 pelos irmãos Halim (marido dela) e Munir Lebbos, para suprir a grande demanda por cervejas especiais. Passados mais de 15 anos e vários prêmios, Paula merece todos os brindes. Tim-tim!

Paula, as mulheres não só apreciam, mas cada vez mais se envolvem com o universo cervejeiro. Como você começou?

Minha paixão por cerveja começou muito antes de inaugurarmos a fábrica. Sou uma pessoa muito interessada em aprender, conhecer novos aromas e sabores através da gastronomia local, conhecer novas culturas e comportamentos. Foi assim que acabei me envolvendo, primeiramente, com o mundo dos vinhos e, logo depois, com as cervejas. Há 20 anos, era difícil trocar informações sobre cerveja artesanal no Brasil, a não ser viajando para países onde a cultura cervejeira já fazia parte das raízes. Aqui havia poucas mulheres nesse segmento, como Kátia Jorge e Cilene Saorin, incríveis e desbravadoras, que fizeram e fazem de tudo para disseminar a cultura cervejeira no Brasil. Hoje já encontramos muitas mulheres envolvidas com a fabricação, estudos etc.

Você tem uma Backer favorita?

Já me fizeram várias vezes essa pergunta. Sempre respondo: “A que estou tomando naquele momento”. Participei da criação e desenvolvimento de todas as cervejas que a Backer fabrica, todas têm sua história, particularidades. Então, como escolher uma preferida? Tomo todas elas com moderação e admiração.

Inaugurado ano passado, o Templo Cervejeiro – espaço gastrô e de degustação das cervejas dentro do Pátio da Backer – é um sucesso. Era um sonho antigo?

Sim, o Pátio Cervejeiro Backer, onde produzimos 320 mil litros de cerveja e chopp por mês, foi e ainda é o nosso maior sonho! Inauguramos após quatro anos de projeto e de muito trabalho, mais ainda temos muito a fazer, aprimoramos nosso atendimento a cada dia. Ainda vamos percorrer várias vertentes. Por exemplo, explorar mais a nossa sala multimídia, oferecendo cursos direcionados ao ramo cervejeiro; nossa loja virtual está praticamente pronta e terá produtos para produção de cervejas em casa e vários outros com a marca Backer.

Você viaja muito, visita microcervejarias. Normalmente, qual é o foco? Pesquisar inovações, colaboradores, matéria-prima? 

Adoro viajar e conhecer pessoas do ramo. Geralmente, são incríveis, inteligentes e sempre muito atenciosas. Adoram falar e compartilhar seus conhecimentos. Sempre que posso, faço intercâmbios cervejeiros. Nossa matéria- prima, inclusive, é importada de vários lugares, como Estados Unidos e Alemanha.

Do que viu pelo mundo sobre o meio cervejeiro, qual experiência ou lugar mais te marcou?

Todos os lugares que visitei foram importantes para o meu crescimento profissional. Na Inglaterra, Londres, com seus pubs centenários, suas incríveis Pale Ales, e Estados Unidos, onde visitamos muitas cervejarias, aprendi a amar fervorosamente suas IPAS e uma flor chamada lúpulo. Fizemos amizades que serão para sempre.

No Dia Internacional da Mulher, a Backer preparou uma brassagem coletiva. Como esse evento colocou o Brasil no mapa da International Women’s Collaboration Brew?

Fizemos a brassagem coletiva em nossa cozinha experimental, onde fabricamos uma American Pale Ale. Neste dia, todas as mulheres associadas à Pink Boots Society fizeram o mesmo em todo o mundo. Depois que a cerveja ficou pronta, voltamos à fábrica, onde a degustamos. Ficou maravilhosa e todo o dinheiro arrecadado com a venda da APA foi repassado para a instituição.

Fale mais sobre a Pink Boots Society, que a Cervejaria Backer trouxe para o Brasil.

É uma instituição sem fins lucrativos, direcionada somente a mulheres proprietárias, cervejeiras ou que trabalham de alguma forma no segmento da cerveja, em todo o mundo. A Pink Boots visa aprimorar e ajudar nós mulheres a nos destacarmos nesse meio, que ainda, infelizmente, é tão machista. Também promove encontros, cursos e doa bolsas de estudos.

Com outros sócios, vocês inauguraram a L’orizzonte Pizza Bar. Como foi abrir a casa em Confins e qual é a proposta?

Com a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, a Cervejaria Backer foi chamada para abrir um Pub Backer em Confins, oferecendo chopes especiais aos turistas que viessem a Minas. O sucesso foi tamanho que, após o mundial, fomos convidados a ficar pelos novos administradores do aeroporto. Só depois surgiu a ideia da pizzaria. Na L’orizzonte, temos pizzas gourmet em pedaços e de forma rápida. O cliente não tem que esperar, é uma proposta totalmente diferente das que conhecemos no mercado de pizzarias em aeroportos, onde servem pizzas de massa grossa e não priorizam o sabor e o bom atendimento.

2014 foi um ano intenso para a Backer. 2015 também promete?

Sempre estamos em busca de novidades e oportunidades. 2015 começou um pouco diferente do ano passado, devido a esta instabilidade econômico-financeira que o país vive e qualquer investidor fica preocupado, mas temos que acreditar, não vamos deixar de nos movimentar. Com certeza teremos novidades, aguardem!

Fonte: Jornal O Tempo

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Ninkasi Beer Club