Ninkasi, a Deusa da Cerveja

Ninkasi é a antiga deusa sumeriana da cerveja, que transformou uma mistura de água e cevada em um líquido dourado, conhecido hoje como cerveja.

Era uma deusa muito popular que fornecia cerveja aos deuses. Ela era considerada a própria personificação da cerveja.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Cervejarias artesanais investem em novos rótulos para ganhar mercado em expansão

Produção anual brasileira de 70 milhões de litros tente a crescer com a mudança de hábito no consumo



Com produção anual de 70 milhões de litros, cerveja artesanal ganha espaço no Brasil (Foto: Susana Berbert / ED Globo)


Com 13, 5 bilhões de litros ao ano, o Brasil ocupa terceiro lugar no mundo em produção de cerveja, atrás de Estados Unidos e China. O setor corresponde a 2% do pib do país, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil). A bebida é, ainda, preferida por 64% dos brasileiros em comemorações, à frente de espumante (12%), vinho (5%) e destilado (3%), segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2013.

Com produção anual de 70 milhões de litros, a versão artesanal da bebida ganha espaço no Brasil, reflexo da tendência internacional, de acordo com Robson Grespan, especialista em cervejas especiais no varejo e responsável pelo projeto especial de cerveja artesanal apresentado nesta semana na Feira Apas, da Associação Paulista de Supermercados. “As pessoas viajam para fora e incorporam traços da cultura do exterior. Ficam mais exigentes em tomar cervejas diferenciadas, o chamado ‘beba menos e beba melhor’”.

Grespan afirma que nos Estados Unidos as cervejas artesanais correspondem a 15% das vendas totais da bebida, enquanto no Brasil esse número é de apenas 1%, mas com perspectiva de grande crescimento ano a ano, enquantocervejas importadas e da categoria Premium ocupam 5% das vendas. “Hoje, no país, digo que a cerveja artesanal é o vinho de 10 anos atrás. Está crescendo muito. Em 2013 tínhamos uma média de 120 microcervejarias e hoje este número passa de 300. É uma tendência no mercado.”

Segundo a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), são consideradas artesanais cervejas produzidas em microindústrias, de origem familiar, com instalações que permitem a produção especial e em pequenas quantidades. A produção deve utilizar ingredientes especiais e o produto ser preparado com cerca de 30% a mais de malte em comparação às grandes cervejarias.

Para Volmir Paeze, proprietário do Paeze Supermercado em Goiás, a cerveja artesanal é um produto em ascensão que deve receber investimento do varejo e ter espaço de venda diferenciado nas lojas, assim como o vinho. “O consumidor busca cada vez mais produtos exclusivos, únicos, e as vendas de cerveja artesanal estão aumentando muito. Por isso invisto.”

Para marca Blondine, variedade de rótulos atrai atenção do consumidor (Foto: Susana Berbert / ED Globo)

Aloísio Xerfan, chefe executivo da marca Blondine, fundada em 2010, afirma que o segmento de cerveja artesanal apresenta crescimento acelerado, em 30% ao ano, de acordo com estimativas de mercado. “Embora a representatividade nas vendas em volume ainda seja baixa, de 1%, o valor não é. Cresce e acompanha a tendência americana de valorização desse tipo de produção.”

Para Aloísio, o produtor que quer se aventurar no mercado de cerveja artesanal deve ter criatividade. “É um mercado de experimentação. Quanto maior a variedade, número de rótulos, maior a chance de sucesso. Devemos sempre trazer fórmulas e produtos inovadores.”

Na Apas, a marca lançou o rótulo Witbier de laranja com acerola. “É único. Também desenvolvemos a Pinacolada, de abacaxi e coco. A diversidade atrai a atenção do consumidor.”

No mercado de auto serviço, Aloísio acredita que as grandes redes abrem cada vez mais espaço para o segmento. “Hoje vemos gôndolas de cervejas artesanais com muitos rótulos e muito boas.” Para ele, o comportamento do consumidor em relação à apreciação do produto está mudando e a tendência é de que o mercado artesanal compita com destilados. “O consumidor utiliza a cerveja artesanal para apreciar, diferente da industrial. Competimos com o vinho, porque é algo fino, elaborado.”

Strix IPL é um dos lançamentos da marca (Foto: Susana Berbert / ED Globo)

A cervejaria localizada em Santa Catarina na cidade de Forquilhinha, de colonização alemã e com pouco mais de 20 mil habitantes, surgiu há 10 anos como hobby de seu proprietário, que logo percebeu as potencialidades do setor. Hoje, com capacidade de produção de 60 mil litros por mês, a cervejaria possui 27 rótulos divididos em duas marcas: Coruja e Saint Bier.

Na Apas, a marca Coruja lançou os rótulos Otus Hop, uma lager, a Strix IPL, lager extra e a Noctua Dark, cerveja escura. A Saint Bierlançou o rótulo Tássila, sem glútem, a Slimbir, cerveja de trigo Hefe Weizen com suco natural de laranja e graduação alcoólica de 2,6%, e a Ripa, cerveja com rapadura e melado.

Para Eugênio Cabral, supervisor de vendas de auto serviço das marcas, vale investir no mercado artesanal. “As grandes redes descobriram a potencialidade desse segmento e estamos vendendo muito. O mercado é promissor. Não tem como dar errado”. Mas, em sua opinião, ainda há obstáculos a serem superados no setor. “Os supermercados investindo, mas podemos ir além. Existe muita confusão de posicionamento de produtos, cada um trabalha de uma maneira, com uma rotulação. Os nossos consumidores ainda não sabem ainda distinguir perfeitamente um produto do outro, pois é algo novo no Brasil.” Para ele também é importante um espaço especial para as cervejas artesanais nos pontos de venda. “É de fundamental importância que estes produtos tenham um espaço definido. Estamos hoje como o vinho há anos atrás.”

Rótulos da Ampolis são homenagens ao humorista Mussum (Foto: Susana Berbert / ED Globo)

Fundada em agosto de 2013, a Brassaria Ampolissurgiu como homenagem do proprietário Sandro Gomes ao pai, o humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum . A marca possui dois rótulos Biritis e Cacildis e planeja lançar o terceiro ainda neste ano. Para Sandro, o sucesso no segmento depende de inovação “Para o mercado andar temos que lançar sempre novos rótulos. Não podemos parar. Conversamos e fazemos parcerias com cervejarias lá fora. De uma homenagem, espero crescer e ganhar espaço no mercado brasileiro, que está em uma crescente muito boa.”

Fonte: Revista Globo Rural

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