Ninkasi, a Deusa da Cerveja

Ninkasi é a antiga deusa sumeriana da cerveja, que transformou uma mistura de água e cevada em um líquido dourado, conhecido hoje como cerveja.

Era uma deusa muito popular que fornecia cerveja aos deuses. Ela era considerada a própria personificação da cerveja.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Belvedere (Belo Horizonte) pode ganhar trem para percorrer o 'roteiro da cerveja'

Ideia é usar linha férrea em um roteiro “da cerveja”, em que passageiros desembarcam em fábrica



Imagine passear pelo bairro Belvedere e seu entorno, na região Centro-Sul da capital, em um trem que te levaria a conhecer uma das mais tradicionais fábricas de cerveja artesanal de Minas Gerais. Certamente, este seria considerado um passeio dos sonhos para muitos mineiros, que poderão apreciar a bebida viajando até a “fonte”.

A ideia, no entanto, pode deixar o imaginário e se tornar realidade, a partir de 2016. O projeto “Trem da Cerveja do Belvedere” pretende viabilizar um roteiro turístico diferente com destino à cervejaria Backer, mas tem como objetivo maior a revitalização e preservação dos 2,5 km de malha ferroviária sem utilização que corta a região.

Implantada na década de 1970 para o transporte de minério de ferro da Mina de Águas Claras, o trecho foi desativado em 2003, com o fim da exploração mineral na região. Desde então, os 12 km de linha férrea começaram a se degradar e até a serem destruídos, sobrando apenas 2,5 km utilizáveis, após intervenção do Ministério dos Transportes, em 2010.

A intenção inicial era transformar a linha em uma opção de transporte de passageiros na região metropolitana de Belo Horizonte, ligando o Belvedere ao Barreiro. Mas, como a proposta demanda tempo e recursos, o “Trem da Cerveja do Belvedere” surgiu como uma primeira ação para preservação. “O objetivo principal é esse: preservar o caráter ferroviário desta área, através de um projeto inicialmente turístico”, explica o presidente do Instituto Cidades, André Tenuta, uma das oito entidades idealizadoras do projeto.

Saiba mais. A proposta é recente, idealizada em setembro deste ano, e está sendo coordenada pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (AMRBH). Assim que for finalizado, o projeto será apresentado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que dará ou não autorização para o funcionamento do trem turístico.

A operação das locomotivas será realizada pela ONG Trem, outra parceira.

Para ser viabilizado, o “Trem da Cerveja do Belvedere” espera contar com apoio da iniciativa privada, principalmente de hotéis, bares e restaurantes da região. A cervejaria Backer seria uma das financiadoras, mas a mesma ainda estuda a proposta. “Não está 100% certa a nossa participação, estamos analisando. Há o interesse, porque (o projeto) é inovador, vai fomentar o turismo em Belo Horizonte”, afirma a diretora de marketing da cervejaria, Paula Lebbos.

Por estar em fase inicial, o projeto ainda não iniciou a captação de recursos, mas prevê um investimento total de R$ 1 milhão. Parte da verba também será solicitada ao poder público. 

No Paraná

Exemplo. Entre as cidades de Morretes e Curitiba, já é feito o “Beer Train” desde maio deste ano. Nele, os turistas degustam a cerveja enquanto observam a paisagem da serra do Mar.

Projeto inclui paisagismo e até ciclovia em horários específicos

Devido ao estado ruim de conservação da linha, o projeto “Trem da Cerveja do Belvedere” prevê obras para recuperação e limpeza do trecho ferroviário de Águas Claras. O espaço está sob domínio da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), responsável pela manutenção. A reportagem procurou o órgão para questionar sobre a degradação, mas não obteve resposta.

A proposta de reativação do trecho prevê a construção de uma plataforma de embarque e outra de desembarque para os passageiros nas estações Belvedere e Olhos d’Água – onde o trecho ferroviário se encerra –, assim como melhorias urbanísticas no local, como construção de praças e áreas de lazer.

Há também a previsão de doação de vagões em bom estado de conservação pelo governo federal. Um deles será a do trem Vera Cruz, que antes fazia a linha Belo Horizonte/Vitória (ES), mas que foi aposentada nos anos 90.

Paralelamente à revitalização da linha, o projeto contempla a construção de uma ciclovia em 2,3 km da malha a ser reaproveitada. A Prefeitura de Belo Horizonte é quem financiaria a obra.

Questionada pela reportagem, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), informou que ainda não foi apresentada ao projeto. Mas no documento a ser enviado à ANTT, em horários determinados, os turistas poderão andar de bike sobre os trilhos, que receberão uma plataforma de madeira improvisada.

Adiado. Sobre o trem de passageiros que ligará as cidades de Cataguases (na Zona da Mata) ao Rio de Janeiro, a ONG Trem informou que foi adiado o início de operação. A primeira possibilidade era até o fim deste ano, mas devido à ajustes necessários na documentação, a nova previsão é para o primeiro semestre de 2016. Também estava faltando levar as locomotivas para o trecho ferroviário. 

Associação defende proposta para área

Se precisar escolher entre a construção de mais uma avenida – que é cogitada para a área – e a criação de um trem turístico, a Associação de Moradores do Belvedere apoia a segunda opção. Isto porquê uma nova via ou até a construção de mais edifícios poderia congestionar ainda mais o trânsito na região, o que não é bem-visto pela entidade.

“O trem da cerveja é uma alternativa viável e bem melhor do que uma via expressa dentro de um bairro de Belo Horizonte. Um trem alternativo que vai sair do Belvedere é muito melhor do que uma via e vai fomentar o turismo. A associação não vai contra (o trem)”, explica o presidente da entidade, Ubirajara Pires Glória.

O projeto “Trem da Cerveja do Belvedere” prevê a revitalização e preservação não apenas dos trilhos, mas também de suas margens. “O melhor é algo que tenha pouco impacto ambiental e também para os moradores. Com uma via, você está criando impacto na região e levando mais carros. O que queremos é a diminuição de carros. É difícil, mas tem que haver esse controle”, afirmou Ubirajara.

Se o projeto vingar, o turista poderá, além de conhecer a fábrica da Backer, visitar o restaurante da cervejaria, que já recebe, em média, de 50 a 300 pessoas diariamente. 

Fonte: GCN

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Ninkasi Beer Club