Cerveja: vendas da bebida controversa começam dia 23; empresa espera produzir cerca de 20 mil garrafas
Uma microcervejaria na Islândia está causando polêmica com seu novo produto: uma cerveja defumada com testículos de baleia (e fezes secas de ovelhas), a ser lançada em um popular festival nacional de inverno em homenagem ao deus nórdico Thor.
A investida da empresa Steðjar atraiu críticas furiosas de ambientalistas, que alertam para o estado de conservação da espécie — a baleia comum (Balaenoptera physalus), também chamada de baleia fin, corre risco de extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).
Os conservacionistas argumentam que a “combalida” indústria baleeira do país estaria buscando novos mercados para seus produtos.
“Este é um movimento calculado, não só para desonrar uma criatura linda e ameaçada de extinção, usando suas partes do corpo mais íntimas como ferramenta de marketing, mas para agredir a comunidade conservacionista e aqueles que amam e respeitam as baleias”, disse Vanessa Williams-Grey, militante da organização Whale and Dolphin Conservation, ao The Guardian.
Em entrevista ao site especializado na bebida BeverageDaily.com, o dono da cervejaria, Dagbjartur Arilíusson, respondeu às críticas dizendo que a atividade é regulada em seu país.
“Nós não consideramos a baleia comum uma espécie em extinção aqui no Atlântico Norte. Além disso, temos um sistema de pesca na Islândia que é autossustentável e responsável”, afirmou.
A Comissão Baleeira Internacional, que regulamenta a indústria e atua na preservação das populações de baleias, proibiu a caça comercial em 1986, mas a sua autoridade não é reconhecida pela Islândia.
Depois de um hiato de dois anos, a Islândia retomou a caça comercial de baleias em 2013, com uma quota de 184 baleias. A maior parte é enviada para os mercados japoneses.
As vendas da nova cerveja começam em 23 de janeiro, e a empresa espera produzir cerca de 20 mil garrafas (para cada uma, é usado um testículo inteiro de baleia).
Não é a primeira vez que a cervejaria islandesa ganha as páginas dos jornais internacionais. No ano passado, Arilíusson tentou lançar uma cerveja que continha farinha de carne de baleia.
A investida foi barrada porque a empresa baleeira que fornecia a farinha não possuia licença para produzir tal produto para o consumo humano.
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