Rodadas de negócios aproximam cervejeiros dos locais de consumo
Presença da cerveja artesanal cresce nos estabelecimentos gaúchos
Por Luiz Eduardo Kochhann
Em meio ao crescimento dos tributos sobre o setor, as microcervejarias gaúchas querem expandir os pontos de venda dos seus produtos. Para estimular o setor e aproximar a indústria cervejeira e bares e restaurantes, o Sebrae realizou, na última quinta-feira, na Capital, uma rodada de negócios entre as partes. Na ocasião, filiados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e do Sindicato de Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa) tiveram a oportunidade de degustar as bebidas preparadas por participantes do projeto Desenvolver as Microcervejarias Artesanais do Rio Grande do Sul.
"Além de desenvolver a gestão das microcervejarias, queremos promover com mais frequência o encontro com os bares, restaurantes e minimercados. O objetivo é possibilitar parcerias e fazer com que os empresários conheçam as cervejas produzidas em Porto Alegre", explica a gestora do Sebrae Francine Danigno. Segundo Francine, o modelo de negócios deve ser levado a outras cidades do Rio Grande do Sul em breve. Participaram do evento de quinta-feira, na Capital, 30 cervejarias integrantes do projeto e cerca de 100 representantes de estabelecimentos gastronômicos e de bebidas participantes de outra iniciativa do Sebrae, voltada ao desenvolvimento de lojas de alimentação fora do lar.
As microcervejarias trabalham, desde o início de maio, com um incremento na tributação, uma vez que entraram em vigor as novas alíquotas para o setor. Com isso, segundo o diretor da cervejaria Baldhead, Giuliano Vacaro, o preço das garrafas tiveram uma elevação média de 10%. Por outro lado, a vantagem, segundo Vacaro, é que as marcas internacionais estão até 40% mais caras. "O aumento dos impostos prejudica a movimentação, mas nos dá alguma vantagem na comparação com as importadas, que, há pouco tempo atrás, eram mais baratas", ressalta. Na ocasião, a Baldhead, que possui 60 pontos de venda em Porto Alegre, apresentou quatro variedades aos visitantes. "Esse encontro é importante mostrar que temos um produto diferenciado", completa.
Da mesma maneira, a estratégia da cervejaria Irmãos Ferraro, que apresentou uma redução de cerca de 25% nas vendas após o aumento da carga tributária, é intensificar a presença em bares e restaurantes. Atualmente, são 140 pontos espalhados pelo Rio Grande do Sul. "Nossa produção era totalmente vendida para os que tínhamos anteriormente, mas essa queda no volume comercializado nos fez voltar a campo para procurar novos pontos", afirma o sócio-proprietário da Irmãos Ferraro Rodrigo Ferraro. Para o cervejeiro, as novas empresas sofrem mais com a nova tributação do setor. "Têm cervejarias com meio ano fechando e vendendo equipamentos. Quem já tem um nome consolidado no mercado consegue se manter, porque possui um cliente fiel", destaca.
De acordo com a presidente estadual da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RS), Maria Fernanda Tartoni, a presença da bebida artesanal tem aumentado nos estabelecimentos gaúchos devido à profissionalização das microcervejarias. "Temos algumas especificidades, como a manutenção de estoque, que têm sido atendidas com o desenvolvimento da logística, da distribuição e da produção do setor cervejeiro", afirma. Para Maria Fernanda, trata-se de um mercado com grande potencial. "É um produto de alto valor agregado. Ou seja, é importante economicamente e, também, para qualificação da carta de bebidas, o que tem sido exigido pelos clientes".
Fonte: Jornal do Comércio-RS
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