Pesquisadora romena elucida que o consumo da bebida, quando moderado, além de não engordar faz bem à saúde
O que engorda são as associações feitas ao ato de beber, como comer petiscos(Reprodução / Internet)
A expressão “barriga de chope” já chegou a um ponto de difusão em que é difícil desassociar esses dois elementos. A concepção quase universal é de que cerveja dá, sim, barriga. Qual seria a surpresa do povo brasileiro, apaixonado por essa bebida, se alguém usasse de bases científicas para provar que isso não é inteiramente verdade? Pois em um estudo inédito conduzido pela pesquisadora romena Dra. Corina-Aurelia Zugravu, esse mito foi derrubado. O que aumenta a circunferência abdominal são os petiscos que comemos junto com a cerveja, porque esta sozinha e consumida com moderação traz benefícios à saúde.
O estudo foi apresentado na Universidade de Medicina e Farmácia Carol D’Ávila, na Romênia. Neste, ficou evidente que o consumo moderado de cerveja (1 latinha de 350 ml/dia para mulheres e 2 para homens), quando em meio a um estilo de vida saudável, não é responsável pelo aumento de peso nem do índice de massa corpórea (IMC), da circunferência de cintura (CC) ou da relação cintura-quadril (WH). A bebida é produzida a partir de ingredientes naturais, tem poucas calorias (uma lata de 330 ml tem em média 112 cal), possui sais minerais e fibras.
“O consumo de fibras favorece a diminuição de glicemia, diabetes e de excedentes advindos da absorção de gordura e de açúcar. Melhora o trato gastro-intestinal e também estende mais o tempo de digestão, saciando mais e ajudando na manutenção de peso”, explica a nutricionista Dra. Andrea Zaccaro - presidente da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva.
Além disso, a cerveja tem como ingrediente principal a cevada, um grão da onde vem mais da metade dos polifenóis da cerveja e que otimiza a função do sistema do organismo e previne infecções e inflamações. “A cevada e o lúpulo são os antioxidantes. Às vezes pacientes me perguntam se podem consumir a cevada em forma de cerveja e eu respondo que sim”, frisa Dra. Andrea, acrescentando a qualidade da cerveja brasileira. “Ela é leve, tem uma boa quantidade de água e poucas caloria”.
Os vilões
Qual seria o responsável pelo aumento da circunferência abdominal nessa história toda? Em verdade, segundo o estudo conduzido pela Dra. Corina, o que engorda mesmo são as associações que fazemos ao ato de beber. Ou seja: os aperitivos gordurosos, que nos levam muitas vezes a querer repetir a dose e ultrapassar o limite dos 350ml recomendados.
Então a recomendação é mesmo maneirar na batata frita, calabresa, bolinhos e sanduíches enquanto se bebe. Porque a culpa não é da cerveja caso haja moderação.
DESTAQUE
Pelo estudo da Dra. Corina Zugravu, a cerveja pode ser equipara-da ao vinho se falarmos de bebidas alcóolicas com benefícios. A capacidade antioxidante desta tem, inclusive, nível similar ao vinho branco.
EM NÚMERO
350ml é a quantidade de cerveja recomendada para consumo diário, caso esta possua em média 4.5% de álcool. As mais alcoólicas devem ser evitadas.
TRÊS PERGUNTAS para Dra. Corina-Aurelia Zugravu (pesquisadora)
Qual a forma mais saudável de se manter o hábito de beber cerveja?
Uma ou duas taças de cerveja de baixo teor alcoólico, consumido durante uma refeição e/ou antes de se deitar, pois a cerveja ajuda a dar sono (devido à substâncias do lúpulo).
O consumo pode ser diário?
Sim, se você não beber mais que uma ou duas taças.
Existem tipos de cervejas que devemos evitar?
Eu evitaria as cervejas com nível elevado de álcool, pois é fácil de se ingerir mais que o recomendado. Por outro lado, cervejas com aditivos e açúcares adicionados geralmente possuem muitas calorias e substâncias químicas.
Fonte: A crítica (UOL)
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