Laranja, rapadura, café e goiabada se destacam entre os ingredientes. Animais do cerrado mineiro dão nome às bebidas feitas em Uberaba.
Rótulos recebem nomes de animais típicos do cerrado. (Foto: Christino Parreira/Arquivo Pessoal)
Unir produtos típicos da região mineira com uma bebida bastante apreciada pela população mundial. Esta foi a ideia de dois empresários de Uberaba, na hora de criar as cervejas artesanais Bicho do Mato. Os aromas e sabores diferentes conquistam o paladar dos consumidores que, aos poucos, descobrem os prazeres das cervejas especiais.
Os ingredientes básicos são os mesmos utilizados nas cervejas tradicionais. A arte está nas composições adicionais que contêm ingredientes típicos da região mineira, como laranja, rapadura, jabuticaba, café e até doces como a goiabada cascão.
Além dos sabores diversificados, os nomes que rotulam as cervejas também trazem um pouco de Minas Gerais. “A ideia surgiu por acaso, numa despretensiosa conversa em que tivemos a ideia de assimilar o produto a um bicho da nossa região. Assim, fizemos um estudo e sincronizamos o estilo da cerveja aos bichos. A IPA, que leva o nome de Lobo Guará, é uma cerveja forte de cor avermelhada e se assemelha ao lobo, que é um animal caçador e pelagem de tom avermelhada. Com isso, ajudamos a divulgar a cultura da nossa região, estampando nos rótulos diversos bichos do cerrado mineiro”, explicou o sócio-proprietário Christino Parreira Neto. No time dos animais utilizados na divulgação, os empreendedores também convocaram a Traíra, o Preguiça, o Tatupeba e a Queixada.
Oportunidade de negócio
A Cervejaria Bicho do Mato surgiu em 2014, quando os apreciadores da cerveja convencional, Christino Parreira e Vitor Costa, decidiram desvendar os mistérios e as composições das bebidas. Em uma das pesquisas realizadas pelos sócios, eles descobriram que era possível fazer cerveja em casa. “Achamos a proposta de fazer cerveja em casa fantástica. Assim poderíamos fazer os estilos que mais gostávamos e beber a hora que quiséssemos”, compartilhou Parreira.
No início, os amigos adaptaram os próprios equipamentos e trabalharam diferentes técnicas. Segundo os proprietários, a produção cresceu aos poucos. Quase um mês de trabalho para a liberação de 20 litros de cerveja. Todo o processo era feito no sítio da família de Christino e as bebidas eram distribuídas aos amigos e familiares. Mas, com o aumento dos equipamentos e aprovação dos degustadores, houve a necessidade de um espaço maior e, então, surgiu a oportunidade de comercialização.
Empresários visam dobrar faturamento até meados de 2016. (Foto: Vitor Costa/Arquivo Pessoal)
Ao todo, a Bicho do Mato produz nove tipos de cervejas: Trigo (Traíra), Witbier (Preguiça), Pale Ale (Tatupeba), Session IPA (Queixada) e Índia Pale Ale (Lobo Guará). A empresa também oferece os estilos sazonais, vendidos uma vez por ano: Brown Porter (Chocolate de Pirata), em março, Russian Imperial Stout (Pezada), em junho, Double IPA (Chifrada), em agosto e Brazilian Blond Ale (Jabuticaba Gran Reserva), em dezembro.
A produção mensal chega a 500 litros por mês. Para o proprietário, no momento, a qualidade é mais importante que a quantidade. “A cervejaria prima pelo processo mais artesanal e natural possível. Se considerarmos do início ao fim do processo de produção, a cerveja leva, no mínimo, 30 dias para ficar pronta, devido ao respeito ao tempo natural de fermentação e maturação das cervejas. Com esse procedimento, a produção hoje é de cerca de 500 litros por mês”, destacou o sócio.
Além da crise
Os valores variam de R$ 10 a R$ 20 e, por enquanto, as cervejas são comercializadas somente em bares, restaurantes e hamburguerias da cidade de Uberaba. Contudo, os proprietários contam com a ajuda da internet e das redes sociais para a divulgação das obras-primas, possibilitando, assim, a remessa para qualquer região do Brasil.
Mesmo diante da crise econômica enfrentada pelo país, o segmento ainda novo de cervejas artesanais segue em expansão. A sede do consumidor por novos aromas e sabores é o que incentiva os empreendedores a enfrentar as dificuldades que podem surgir com a crise.
Atualmente, a meta de Christino e Vitor é dobrar a produção até meados de 2016, mas sem perder o toque artesanal, encontrado nas bebidas que têm a cara de Minas. “Acreditamos que, no futuro, cada região do Brasil terá sua cerveja local, com sua própria identidade, de acordo com seu clima, sua cultura e sua gastronomia”, avaliou Christino.
Fonte: G1
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