Por mais que Hollywood tente nos convencer do contrário, a guerra é uma coisa horrível, pior que ela só a guerra sem cerveja. O líquido sagrado foi motivo para diversas ações heróicas, mesmo em tempos de paz. Um desses atos aconteceu em 2004, quando um caminhão levando 10 toneladas de cerveja atravessava o rio Irtysh, congelado no inverno russo.
O gelo cedeu, o motorista conseguiu escapar mas a carga foi para o fundo do rio. Uma operação de resgate foi realizada pelo exército russo, mobilizando 6 mergulhadores e diversos veículos. A carga foi recuperada, mas quando içaram o caminhão o cabo arrebentou, mas dane-se, já salvaram o importante.
Outro caso famoso foi na 2ª Guerra Mundial, quando a inventividade inglesa evitou que os soldados na Europa passassem pelo horror de uma garganta seca na terra desolada.
Guerras são vencidas por soldados, mas só se o pessoal da intendência deixar. Você sabe, aqueles gerentes de logística fanáticos, como um caso mostrado muitos anos atrás ao vivo na Globo; durante um tiroteio os soldados da PM tinham que assinar formulários acusando recebimento da munição de reposição. Na guerra são esses oficiais que decidem quem recebe o quê, e como são seres sem luz, cerveja estava no fim de suas listas de prioridade.
Nem era por falta de material, a Henegar and Constable, uma cervejaria de Sussex doava cerveja para as tropas, mas os contadores se recusavam a alocar espaço nos aviões ou navios.
Felizmente os bravos soldados britânicos não se deram por vencidos. A terra de James Watt, Newton e Isambard Kingdom Brunel, o maior engenheiro de todos os tempos encarou a situação como um problema a ser resolvido.
Algum sujeito bem esperto reparou que os novos Spitfire Mk IX, equipados com suportes para bombas, foguetes e tanques auxiliares tinha, em essência, capacidade de carregar mais peso, não importava o conteúdo. Experimentando nas oficinas os sujeitos adaptaram os suportes e mecanismos de encaixe e criaram… Barris de Combate. Ou, na designação oficial, Cargas de Profundidade — Modificação XXX.
Não há informações se os barris podiam ser ejetados em caso de emergência, mas pela integridade física dos pilotos, é melhor que não.
Óbvio que pegaria mal ir pra Inglaterra só para pegar cerveja, mas por alguma misteriosa coincidência ou falha de projeto uma incomum quantidade de Spitfires Mark IX apresentava problemas que só podiam ser resolvidos nas bases das ilhas britânicas.
Depois de um tempo a demanda por cerveja aumentou e os barris de 82 litros não eram suficientes. Mais desocupados fuçaram e descobriram que com uma boa limpeza e remoção do material de proteção interno de um tanque de combustível externo do Spitfire, ele se tornava um excelente transportador de cerveja.
No tanque está escrito XXX — Suco da Alegria.
Nem todo mundo gostava desses vôos. Tony Jonsson, um finlandês que voou pela RAF recorda que se um sujeito pousasse de forma brusca e derrubasse os barris seria olhado atravessado a semana inteira, sendo o homem mais odiado por todo mundo no esquadrão.
Estranhamente a Modificação XXX era conhecida e aprovada pela RAF, mas o Governo sendo Governo cismou que aquilo era exportação sem licença e sem pagar impostos, e baixou uma ordem proibindo a prática. Basicamente todos os comandantes e oficiais da RAF ignoraram solenemente a tal ordem.
E você achando que era complicado pro Capitão Nixon conseguir Vat 69 em Band of Brothers…
Fonte: http://meiobit.com/304137/royal-air-force-spitfire-sobre-os-pilotos-ingleses-que-transportavam-cerveja-henegar-constable-para-as-tropas-na-2a-guerra-mundial/
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