Pouca gente sabe, mas o recipiente que guarda a cerveja influencia diretamente na textura, cor, aroma e sabor da cerveja.
Um bom amante da cerveja certamente já reparou que a maioria das garrafas que servem de recipiente para a bebida é de cor marrom. E não é por acaso. É graças à essa cor entre âmbar e marrom que a breja chega ao consumidor com aroma, cor e sabor preservados. Há ainda as que auxiliam na textura e preservação do creme, mais conhecida como espuma no mercado.
Toda cerveja leva lúpulo, ingrediente responsável pelo amargor e o aroma característicos da maioria das cervejas. O lúpulo tem em sua composição alfa-ácidos, e, quando aquecido, gera iso-alfa-ácidos. Um desses iso-alfa-ácidos é o isohumulone. Isohumulone é um dos responsáveis pelo amargor da cerveja, e quando presente em excesso, pode gerar o que é conhecido pelos mestres cervejeiros como “skunky”, deixando a bebida com odor e cor desagradáveis. “O isohumulone costuma ser produzido de propósito durante o processo de fervura da cerveja, mas também pode ser produzido através da luz. O espectro de luz ultravioleta tem a capacidade de quebrar certas moléculas do lúpulo, liberando mais isohumulones e fazendo com que estes se liguem à moléculas de enxofre, gerando o Skunky”, explica Eduardo Farias, da cervejaria artesanal DeBron Bier. Ou seja, a garrafa de vidro marrom serve como filtro solar.
Outros recipientes ajudam a impedir que os raios ultravioletas estraguem a bebida, como é o caso das latas. “As latas de alumínio, por exemplo, têm a seu favor o fato de o metal conduzir melhor o calor – por isso, as latas gelam mais rápido que as garrafas. Como a luz não penetra na embalagem, há menos alteração de sabor. Por isso, alguns consumidores preferem a versão enlatada à de vidro”, continua Eduardo Farias. Já a garrafa de plástico, que alguns produtores tentaram emplacar no mercado, prejudica ainda mais.
O plástico, ao contrário dos metais e do vidro, não é totalmente impermeável. Ele tem poros microscópicos que permitem a entrada de gases no recipiente. E um deles, o oxigênio, detona a oxidação. Outro problema é que, enquanto o oxigênio entra, o gás carbônico sai. "Isso afeta a bebida porque esse é o gás que forma as bolhas e a espuma da cerveja", explica Eduardo Farias, que fala ainda que até o design da garrafa influencia no resultado final da bebida. “Nós vamos lançar uma, agora em agosto, que preserva a espuma da bebida, e permite que ela seja maior ou menor de acordo com o estilo da cerveja”, explica Eduardo.
Fonte: 4 Comunicação
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