(Bloomberg) -- As fabricantes alemãs de cervejas, que se orgulham de não usarem nada além de água, lúpulo, malte e levedura para entregarem um nível de pureza consagrado em uma lei de 500 anos, rejeitaram um estudo que descobriu traços de um controverso herbicida em todas as 14 marcas de cerveja colocadas sob o microscópio.
Traços do herbicida glifosato são encontrados "quase em toda a parte", inclusive em produtos orgânicos, disse a Associação Alemã das Fabricantes de Cerveja, na quinta-feira, em um comunicado, em seu site.
O grupo respondeu assim a um estudo do Instituto Ambiental de Munique que distinguiu o agente de proteção às lavouras, que inibe uma enzima essencial ao crescimento da planta, nas amostras de cerveja. O herbicida não apresenta riscos à saúde, segundo o Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos. A visão é oposta à da Organização Mundial da Saúde, que diz que ele pode ser cancerígeno.
O instituto de Munique, um órgão não governamental, descobriu o nível mais elevado de concentração de glifosato na Hasseroeder Pils, produzida pela Anheuser-Busch inBev, com 29,74 microgramas por litro, seguida do total de 23,04 microgramas da Jever Pils, da Radeberger Gruppe. A Franziskaner, cerveja de trigo da Anheuser Busch, apresentou a concentração mais baixa, de 0,49 micrograma.
"Em números absolutos, o nível de glifosato é baixo", disse o instituto ambiental. "Mas contribui para os níveis gerais de químicos aos quais os consumidores estão expostos -- o lúpulo, a cevada e o malte podem ser produzidos sem usá-lo".
A cerveja é a maior indústria da Alemanha, famosa pela lei de pureza de 1516 que orienta a fabricação. O país consumiu 87 milhões de hectolitros em 2014, mais que o dobro do nível do Reino Unido, e lidera as exportações europeias com 15 milhões de hectolitros, segundo a Associação dos Produtores de Cerveja da Europa, com sede em Bruxelas.
Fonte: UOL Economia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar!
Cheers!
Ninkasi Beer Club