Ninkasi, a Deusa da Cerveja

Ninkasi é a antiga deusa sumeriana da cerveja, que transformou uma mistura de água e cevada em um líquido dourado, conhecido hoje como cerveja.

Era uma deusa muito popular que fornecia cerveja aos deuses. Ela era considerada a própria personificação da cerveja.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Cerveja Feminista chega ao mercado para discutir igualdade



Iniciativa surgiu de três publicitárias que formam o coletivo 65 | 10, que busca debater o machismo na publicidade


Ei, mulher: você se sente representada na publicidade? Basta ligar a TV por alguns minutos ou folhear uma revista para perceber que o corpo feminino é, muitas vezes, utilizado como objeto para promover a venda de produtos. Nos comerciais de cervejas e de outras bebidas alcóolicas, a situação consegue ser ainda mais crítica. 

Há pouco tempo, um caso como esse ganhou a mídia em todo país. No carnaval, a cerveja Skol divulgou uma campanha que fazia apologia ao assédio, ao divulgar frases como “Esqueci o não em casa”, “Topo antes de saber a pergunta” e “Tô na sua, mesmo sem saber qual é a sua”. 

Após a reação negativa do público, especialmente de mulheres, a cervejaria tirou de circulação a frase “Esqueci o não em casa” e trocou por “Não deu jogo. Tire o time de campo”, seguido da assinatura “Neste carnaval, respeite”. Ainda assim, o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar) abriu uma representação contra a campanha e está analisando o caso. 

Além do debate geral, o caso da Skol também incentivou um grupo feminista a realizar sua primeira ação: a criação de uma cerveja para debater o feminismo, a Feminista. A ideia partiu das publicitárias Maria Guimarães, Thais Fabris e Larissa Vaz, que formam o coletivo 65 | 10. O nome faz menção ao fato de que 65% das mulheres dizem não se identificar com a forma como são retratadas na publicidade e de que somente 10% de mulheres trabalham em departamentos de criação nas agências brasileiras. 

“Faz algum tempo que eu, a Larissa e a Thaís, juntamente com outras amigas que também são publicitárias, montamos um coletivo para discutir machismo tanto nas campanhas publicitárias, quanto dentro das agências. E aí, na semana anterior ao carnaval, o caso da Skol tomou nossas discussões por completo e surgiu o desejo de não deixar mais o assunto perder relevância. Assim surgiu a ideia de criar uma cerveja que discutisse e levasse esse assunto para as mesas”, explica a capixaba Maria Guimarães, que atualmente vive em São Paulo.

A partir da repercussão dessas imagens, protagonizadas pela publicitária Pri Ferrari e pela jornalista Mila Alves, o cartaz foi retirado de circulação. Foto: Reprodução

A Feminista é do tipo Red Ale, com 6% de álcool por volume. A garrafa de 600 ml pode ser adquirida pelo valor de custo, R$ 14. Segundo Maria, o objetivo principal do projeto está no debate sobre o tema e não necessariamente na venda do produto. No entanto, a procura pela cerveja tem sido tão grande que fez o grupo repensar o modo de produção. 

“Nossa intenção inicial era vender poucas cervejas, achamos que não seriam muitos pedidos. E, de repente, boom! Mais de mil pedidos em quatro dias. Tivemos que trocar a forma de produzir. Seria produzida em casa, agora estamos quase fechando um contrato com uma cervejaria artesanal que vai tocar o processo de produção. No online, dá pra controlar melhor isso, até porque para organizar a logística de atender bares e lojas físicas, precisaríamos de mais tempo. Mas com certeza seria maravilhoso poder ir pros bares e lojas. E, claro, se isso acontecer, ficaria muito orgulhosa e feliz de conseguir levar a Cerveja Feminista pro ES”, conta. Os interessados em adquirir a cerveja podem fazer um cadastro de reserva através do site da Feminista

Para Maria, a cerveja conseguiu chegar ao mercado chamando atenção, mas agora é o momento de retratar o feminismo com mais profundidade. Nesse sentido, o grupo pretende fazer campanhas para debater e desmistificar o assunto. 

Assim que o visitante acessa o site da cerveja, é possível ver que a Feminista se posiciona como um produto “para mulheres e homens”. Isso também fica claro na identidade visual, mais clean, sem cores ou elementos que possam fazer menção direta a cada gênero. “Procuramos algo que fosse neutro, que não passasse nenhum conceito de feminino ou masculino. Algo simples, que deixasse ‘Feminista’ em evidência”, diz Maria. 

E não poderia ser diferente, afinal, o feminismo não busca sobressair um gênero ao outro, tampouco eliminar os homens do planeta. Nada mais é do que um movimento que busca a igualdade – na publicidade, no bar, no trabalho, dentro de casa... em qualquer lugar ou situação.

Fonte: Sou ES

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