Ninkasi, a Deusa da Cerveja

Ninkasi é a antiga deusa sumeriana da cerveja, que transformou uma mistura de água e cevada em um líquido dourado, conhecido hoje como cerveja.

Era uma deusa muito popular que fornecia cerveja aos deuses. Ela era considerada a própria personificação da cerveja.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

COMO BEBEMOS CERVEJA AO LONGO DOS ANOS

Estou reproduzindo um excelente post escrito por Fabricio Santos do site FullPint. Vale muito a pena a leitura. Eu me identifiquei bastante!

Como bebemos cerveja ao longo dos anos

Como bebemos cerveja ao longo dos anos que se passam? Já parou pra pensar nisso? Não me lembro de ter visto por ai o pensamento nostálgico que tive e que me inspirou a escrever isto, além de uma publicação norte-americana que também me fez lembrar de várias passagens bacanas da evolução de como bebemos cerveja.

A maioria de nós começa a vida etílica pela cerveja. Seja com o dedinho no copo do pai, seja com o irmão mais velho, seja com os amigos mais “descolados”. Infelizmente é assim que muita gente acaba seguindo caminhos que não são desejáveis e, por isto, eu que sou pai de 2 lindos garotões pretendo “encaminha-los” de uma forma natural e saudável. Mas ao menos na minha época, tudo começava assim:

Beba quente, com pressa, escondido


Primeiro bebemos em segredo. Bebemos escondido dos nossos pais, longe dos professores e da forma mais indigna possível – não importa o quão quente estivesse a cerveja, se é que poderíamos chamar aquilo de cerveja… E era ótimo assim.

Copo? Vai no gargalo, vai na lata mesmo…



Festas, festas e mais festas… Agora a cerveja já está “trincando” de gelada e, seja na festa da faculdade, na danceteria com os amigos, na porta da loja de conveniência… A quantidade continua importando e você consegue já criar uma certa resistência e tolerância ao álcool, mas continua bebendo qualquer coisa que coloquem no seu copo… plástico… e se não tem copo, vai no gargalo, na lata mesmo. Muita gente teve sérias doenças por conta desta prática não muito higiênica. Sem esquecer a fatia de limão gargalo a dentro.

Quantidade é tudo!



Vai para praia? “levarei 30 fardos de que desce redondo!” Vai na casa de um amigo? “Levarei 30 das retornáveis, brancas de tão gelada!” Vai passar a lei seca eleitoral sem beber? “Jamais! comprei 2 caixas que já tão no freezer!” Freezer alias era um eletrodoméstico comum em muitas casas, por conta dos absurdos que existiam nos anos 70/80 com a famigerada “fila da carne” e que foi bem (hoje não sou dessa opinião) aproveitados para a cerveja. Era comum explosões de garrafas e lambança dentro daquelas caixas brancas. Conheço pessoas da minha idade que ainda estão neste estágio. E a grande maioria dos que são mais velhos que eu, nunca sairão desta fase.

O despertar da ingenuidade


“Aqui o chope é servido sem colarinho e é sempre de Agudos (Agudos, pra quem não sabe, é uma cidade famosa por fazer a que desce redondo descer melhor por conta da água…)” OK, continuávamos ingênuos ainda, mas já era um bom começo tentar escolher onde ir por conta da cerveja. Ainda que fosse sempre a mesma cerveja amarelo palha que dava a mesma dor de cabeça. Ao menos começávamos a “beber socialmente” e o copo aqui já existia e, apesar de gostar da caneca congelada, a tulipa era mais barata e sem querer era o correto footed pilsner. Um pingado era um charme. E o ferrugem então? Puxa vida como aquilo era bom.

A descoberta da Cerveja Artesanal


Pouco tempo depois que começamos a passar bastante tempo em bares e tinha idade pra isso acontecer, começamos a apreciar a glória de cerveja artesanal. Os objetivos passaram de tentar consumir tanta cerveja quanto humanamente possível para tentar consumir tanta cerveja boa quanto humanamente possível. E então o choque de realidade que tivemos começou à nos fazer entender que uma cerveja com muita carga de malte (além do álcool) é algo que alimenta, e muito. É o equivalente à pensarmos num prato cheio de macarrão de arroz e o mesmo prato cheio de macarrão de ovos e com aquele enorme molho a bolonhesa. A quantidade é a mesma, mas a potência é arrebatadoramente maior. Portanto os “dois fardos” passam, ainda nesta fase, a três ou no máximo quatro garrafas de 500 ml de Paulaner. As cagadas acontecem ainda com frequência, mas seu paladar (e sua barriga) estão ficando afiados (veja bem não é “afinados”) e propensos a exigirem sempre algo melhor.

Fases da Cerveja Artesanal


Outro dia estava eu em frente à gondola (que os supermercados insistem em colocar as “cervejas especiais” das mainstreams junto) admirado como aquilo mudou em questão de 3 ou 4 anos e ouço a conversa alheia: “nossa, esta cerveja é uma pancada sem igual, deixa você tortinho!” Ao afastarem da “cerveja pancada” noto tratar-se de uma Colorado Indica que eu também achava uma pancada sem igual. Pra dizer a verdade ainda acho, mas por outros motivos. As fases das Artesanais são fantásticas! Lembro bem o tanto que odiei minha primeira Schiehallion e que ainda reclamei do preço. Lembro, quando já educado com o amargor, o sofrimento que era convencer um amigo à provar uma boa IPA. E foram muitos que eu conquistei. Alguns nem amigos são mais e até fazem cerveja por pura influência da amizade antiga.


Dai vieram as azedas! A fase sour creio eu ser o ápice do cervejeiro. Como já disse antes, minha primeira Cantillion foi pro lixo. É a mais difícil e a mais demorada de se educar, mas uma vez apaixonado pelas nuances de uma sour ou uma lambic… Você nunca mais se desprenderá daquilo e falará de boca cheia como são excelentes (mesmo que você ache uma bela porcaria). E todos em volta torcerão o nariz

A inevitável nostalgia


Eu acabei escrevendo este texto por conta mesmo da nostalgia. Como já disse, tenho 2 filhos e vou à muitas festas infantis. Tirando os cervejeiros que tem filhos, os demais amigos que são pais só servem as “loiras geladas”. A maioria deles está lá na fase do “quantidade é tudo”.
Mas quer saber? É muito legal estar cercado de amigos e beber qualquer coisa, só pra lubrificar o papo.

Tempos atrás eu era arredio à isso e ficava sem beber nestas ocasiões. Que babaca eu era. Hoje frequento qualquer ambiente (não os escolho somente por conta do que beberei) e bebo cervejas de 2 a 600 Reais. E hoje as de 2 Reais não precisam ser mais quentes e escondidas, às pressas.

Sejam felizes e não tirem da cerveja àquilo pra que ela veio ao mundo: a diversão.

Saúde!
Como bebemos cerveja ao longo dos anos
Publicado 29/10/2014 | Por Fabricio Santos

Fonte: http://fullpint.com.br/como-bebemos-cerveja/

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Ninkasi Beer Club